segunda-feira, 30 de julho de 2012

ESQUECER PARA LEMBRAR

No texto de Gisela Blanco página 51 da revista Super Interessante nº 264 de abril de 2009 a autora relata que é preciso esquecer assuntos que martelam nossas cabeças para poder aproveitar a capacidade incrível de memória do cérebro. A chave para dominá-la não é tentar se lembrar de cada vez mais coisas e sim aprender a esquecer. 

As informações competem por espaço na nossa cabeça, deveríamos nos lembrar do que é mais importante e esquecer o que é menos importante, certo? Só que na prática acontece ao contrário. 

A ciência sempre acreditou que uma memória puxa a outra, ou seja, lembrar-se de uma coisa ajuda a recordar outras. Em muitos casos isto é verdade, mas um estudo publicado por cientistas ingleses descobriu o oposto. Quando você se lembra de algo, isto pode gerar uma conseqüência negativa – enfraquecer as memórias armazenadas no cérebro. “O enfraquecimento acontece porque se lembrar de uma coisa é como reaprendê-la”, explica o psicólogo James Stone, da Universidade de Sheffield. 

Ficar se lembrando de besteiras prejudica as lembranças que realmente importam. O simples ato de ouvir rádio pode ser suficiente para disparar esse processo (determinadas músicas podem travar o córtex auditivo, causando aquelas incessantes repetições de uma melodia dentro da nossa cabeça). 

Todas os acontecimentos, uma vez pensados, ficam gravados na memória de nosso cérebro e estas informações podem vir a tona quando forem necessárias. 

Nossos 100 bilhões de neurônios são suficientes para guardar todas as informações que existem. Em 2003 o matemático chinês Yingxu Wang, professor da Universidade de Calgary, no Canadá, publicou um estudo em que tenta medir a memória humana. Wang teve a idéia de contar o número de ligações entre neurônios possíveis e dar a cada uma delas o valor de 1 bit, a menor unidade de informação digital. Fazendo essa conta, ele concluiu que nossos 100 bilhões de neurônios são suficientes para armazenar uma quantidade inacreditável: o número 1 seguido de 8.432 zeros bits de memória. Esse resultado é puramente matemático, e não leva em conta as limitações biológicas do cérebro. 

A análise biológica de partes isoladas do nosso físico, revelam uma capacidade infinita instalada do nosso ser que para utilizá-la de uma forma mais audaciosa requer muito equilíbrio para mantermo-nos em padrões culturais que possam ser aceitos pela sociedade. Esta parte analisada isoladamente é apenas uma partícula do sistema cósmico. Somos parte de uma estrutura similar ao Google ao qual informamos e buscamos informações instantaneamente. Por isso, toda esta infinita capacidade tem entre as inúmeras funções, a de programar o sistema coletivo, interagir com o ambiente e servir como massa de manobra harmonizando o sistema. 

Esquecer é necessário e faz bem!... Mais útil ainda é aprender a pensar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário